A violência contra o professor foi debatida hoje em audiência pública promovida pelo deputado Professor Israel no plenário da Câmara Legislativa. As agressões físicas e verbais por parte dos alunos, as estruturas precárias de trabalho e os baixos salários são as diferentes formas de vitimizar o educador, segundo os docentes e as entidades de classe presentes no evento.
O parlamentar apontou que a violência ocorre porque o educador perdeu o respeito social. “O desrespeito se repete desde a base da sociedade até as esferas mais altas do poder. A valorização da carreira do magistério, a melhoria da estrutura física das escolas e a isonomia salarial com outras carreiras de nível superior vão contribuir para resgatar o prestígio do professor. Mas não só isso! É importante ter a presença da família na vida escolar do aluno, para que ela entenda o valor da educação”, afirmou.
O diretor do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) Gabriel Magno contou que a violência está presente no cotidiano das escolas da rede pública e concorda com o deputado, que, para combatê-la, é necessário haver um esforço conjunto do poder público e da família. “Precisamos trazer a comunidade para a escola por meio da eleição da direção, do fortalecimento do conselho escolar e da abertura para o uso da vizinhança, que vai sentir que a escola é parte da vida da comunidade”.
Assim como as instituições públicas, as particulares também sofrem com a desvalorização da carreira e a violência. Rodrigo de Paula, diretor do Sindicato de Professores das Escolas Particulares do DF (Sinproep-DF), lembrou que o educador da escola privada é oprimido pelo medo da demissão. “É preciso resgatar o empoderamento do professor. A família transfere a ele o papel de educar, mas, quando é exigida a disciplina e o respeito, são estes pais que não aceitam que seus filhos sejam advertidos na escola e pedem a demissão do profissional”, explicou.
Presente na audiência pública, a professora Yara Rezende, assessora do gabinete da Secretaria de Educação, contou que a pasta tem projetos para o resgate da autoridade do professor e da melhoria na estrutura das escolas da rede pública, mas não detalhou quais são. “Assim como o docente, o aluno está fragilizado. Precisamos enfrentar os problemas sociais que vão para dentro da sala de aula, para melhorar a educação no DF”, disse.
Tráfico de drogas – Ameaçado de morte, o vice-diretor do Centro de Ensino Médio 2 do Gama, Júlio Campos, enfrenta um grave problema: os entorpecentes dentro da escola e o medo dos professores em denunciar o tráfico. Ele cobrou das autoridades públicas o aumento do efetivo do Batalhão Escolar na região durante a audiência pública. “Os educadores estão anestesiados com a violência. Eles se deparam com o aluno sob o efeito de drogas e preferem não denunciar, por receio de represália. Até os vigias são agredidos por não permitirem que os estudantes saiam da escola antes do término das aulas para usar drogas. Precisamos ser firmes no combate de crimes, com o apoio do Estado”, desabafou.
Fonte: Ascom Dep. Israel Batista
Imagem: Márcio H. Mota